Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 24 de setembro de 2021

"O irresistível encanto das praias"

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No começo da terceira década do século XX, Copacabana passou a ser considerada a praia mais importante do Rio de Janeiro. Em 1917, havia sido inaugurado o “serviço de sauvetage” da Prefeitura, com seus seis Postos de Salvamento. A partir de então, os banhistas passaram a contar com socorro oficial ao entrar nas ondas da praia oceânica. Em 1920, a cidade recebeu a visita do rei da Bélgica, herói da grande guerra e também “sportsman”. Durante sua estadia na capital brasileira, Alberto I tomou seus banhos de mar na enseada do Posto 6, o que atraiu à praia uma multidão de pessoas que jamais haviam visto um rei, ainda menos em calção de banho. Foi providencial o exemplo de uma celebridade estrangeira para que os cariocas, vindos de diferentes bairros da cidade, descobrissem o irresistível encanto da praia de Copacabana. 6 de maio de 1939, capa. (Acervo Fundação Biblioteca Nacional).