Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



terça-feira, 14 de setembro de 2021

"O irresistível encanto das praias"

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Na primeira metade do século XIX, essa expressão – “irresistível encanto das praias” – talvez não fosse compreendida pelos contemporâneos, diante das praias cariocas. Raras “casas e banho de mar” ofereciam comodidades para as pessoas trocarem de roupa. Entre a elite social, banhistas, principalmente mulheres, respaldavam a prática de suas imersões marinhas na prescrição médica para algum tratamento de cura. Também era comum o uso das praias para o “banho higiênico”, numa cidade em que não havia água encanada. Entre os homens, independentemente da classe social a que pertenciam, muitos ignoravam o decoro das damas e entravam no mar em “trajes de Adão”. Para um público pagante, havia a opção da “Barca de Banhos”, ancorada na baía de Guanabara, dentro da qual se podia tomar o banho de mar longe do olhar dos outros. 6 de maio de 1939, capa. (Acervo Fundação Biblioteca Nacional).