Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

68. Contra os usurpadores

A transformação da Copacabana familiar em praia de massa levava Beira-Mar a uma crise de recomposição de público. Ao mesmo tempo, M. N. de Sá tentava acompanhar o advento do rádio, que ampliava as possibilidades do jornalismo.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

67. A crise de Beira-Mar

Com o lançamento de A grande aventura de John Taylor (1934), Théo-Filho confirmou sua nova inclinação pelo romance histórico-naval. Numa época de nacionalismos, sua defesa da importância da influência estrangeira na formação brasileira não o ajudava a se reaproximar do público.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

66. O herói inglês

Se quase não registravam a existência de outras praias brasileiras fora das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, os redatores de Beira-Mar com freqüência recorriam à imagem de praias européias e norte-americanas (Nice, Deauville, Biarritz, Miami, Galveston etc.) para descrever o modelo balneário elegante que idealizavam.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

65. Praias nacionais e estrangeiras

Icaraí era a irmã de Copacabana do outro lado da baía: uma praia “aristocrática”, na classificação de Théo-Filho. Reproduziam-se em Niterói hábitos balneários comuns no Rio de Janeiro, o banho de sol, os esportes, o footing, a programação dançante dos clubes. Mas, enquanto Copacabana se transformava em cidade dos “arranha-céus”, Icaraí demorava a perder o aspecto de bairro familiar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

64. A praia em Icaraí

Théo-Filho classificava a orla em “praias aristocráticas” e “praias rústicas”. Das primeiras, Copacabana era o melhor exemplo, seguida das outras praias oceânicas e, na baía de Guanabara, das pequeninas praias da ilha de Paquetá, do balneário da Urca e da praia do Flamengo, esta em franca decadência nos anos 30. Entre as outras, a melhor era considerada a praia de Ramos.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

63. Outras praias cariocas

Em meados dos anos 30, o serviço de salvamento se estendia até o posto IX, mas o movimento praiano de Ipanema se concentrava no Arpoador. O bairro ainda não tinha rede de esgoto e a Limpeza Pública ignorava a praia. Em Beira-Mar, a juventude local estava representada na coluna “Sereias e Tubarões”, redigida por João Rodolfo de Carvalho, o “Aramis”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

62. A praia em Ipanema

Enquanto crescia a população de banhistas em Copacabana, os postos balneários ganhavam identidades diferenciadas: o Posto VI familiar e pitoresco; o Posto II mundano e comercial. Num extremo, o “footing” se deslocava do Posto IV para o Posto da “ Igrejinha”; noutro, o movimento dos “bars” animava os postos do Leme.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

61. A diferenciação dos postos balneários

Com o advento dos “arranha-céus” e o declínio da Copacabana familiar, desapareceram os “clubs” praianos, Atlântico e Praia. Ao mesmo tempo, surgiram novos clubes, fundados sobre outras bases associativas: Caiçaras e Marimbás. Também apareceram o Velo Esportivo Helênico, o Leblon Club, o Oceano F. C., o Colomy Club e o “pavilhão rústico” do Club de Regatas Botafogo, entre outros.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

60. O desaparecimento dos clubes praianos

O crescimento demográfico dos bairros praianos beneficiava o comércio local, base dos anunciantes de Beira-Mar. Em 1934, surgiu a Associação Comércio e Indústria de Copacabana, da qual era vice-presidente Manoel Nogueira de Sá.