Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



terça-feira, 21 de setembro de 2021

"O irresistível encanto das praias"

.
No começo do século XX, a grande reforma urbana feita pela administração Pereira Passos (1902-1906) modificou parte importante do litoral carioca. Inaugurou-se a Avenida Beira-Mar, abrangendo as praias do Boqueirão, Glória, Flamengo e Botafogo. Iniciou-se também a construção da Avenida Atlântica. A pavimentação da orla, no entanto, resultou no desaparecimento das casas de banho, onde os banhistas trocavam de roupa. Logo os cariocas acostumados ao banho de mar passaram a percorrer as ruas da cidade embrulhados em roupões ou “lençóis”, à procura do encanto das praias, para escândalo da elite social que se manifestava nas páginas da imprensa. 6 de maio de 1939, capa. (Acervo Fundação Biblioteca Nacional).