Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



terça-feira, 19 de maio de 2020

FIQUE EM CASA

Um estilo de vida individualista pressupõe sociedades de tipo complexo, alta divisão do trabalho e interdependência humana. A possibilidade de cada um afirmar seu ego deriva de uma estrutura social que lhe dá suporte e sentido. Aproveitar as horas de lazer para se exercitar nos espaços públicos da cidade é possível porque existe uma imensa rede de trabalho, que provê, por exemplo, policiamento e limpeza urbana. E faz sentido porque é prática socialmente prestigiada, estimulada pelos códigos sociais de comportamento. Sair à rua esportivamente é louvável e merece o apoio de toda a sociedade, inclusive de seu sistema hospitalar, providencial em caso de acidente. Em tempo de pandemia, pode não haver condição de atendimento por parte do pessoal da área de saúde, concentrado na luta para atender à parte da população que apresenta sintomas graves de contaminação. Pratique exercícios dentro de casa. Com prudência.