terça-feira, 24 de novembro de 2020
"Zona onde as casas são caríssimas"
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Por essa época, a transformação arquitetônica do Rio de Janeiro, baseada na introdução dos prédios de apartamentos, era reconhecida como tendência irreversível. O comércio de Copacabana, base de sustento de Beira-Mar, tinha interesse no crescimento populacional desencadeado pelos “arranha-céus”. O jornal praiano, entretanto, não dependia do setor imobiliário e estava à vontade para lhe fazer críticas. O preço dos aluguéis era alvo de queixa freqüente. A visibilidade de varais carregados de roupas íntimas ainda produzia escândalo. Às vezes se confundiam maldosamente os novos edifícios com “casas de cômodos”: seus inquilinos seriam “cavalheiros e casais sem filhos”, “estrangeiras masculinizadas”, “coquettes e demi-mondaines”. Repercutindo a insatisfação de uma parte da elite copacabanense com o novo estilo de vida urbana, Beira-Mar recorria ao moralismo, afinado com a atmosfera repressora da ditadura vigente. Leia mais nos capítulos 37 e 58. 24 de setembro de 1938, p. 12. (Acervo Fundação Biblioteca Nacional).